Precursores
Os Sistemas Agroflorestais (SAFs) têm origem em práticas ancestrais de povos indígenas, que sempre integraram
agricultura e floresta em harmonia. Na Amazônia, por exemplo, utilizavam a coivara enriquecida — técnica de
derruba e queima controlada combinada ao plantio consorciado — que resultou na formação da famosa
Terra Preta de Índio.
Entre os precursores modernos, destacam-se:
- P.A. Yeomans (Austrália, 1950–1960) – Criador do conceito de Keyline Design, que inspirou práticas de manejo da água e da paisagem aplicadas em SAFs.
- Robert Hart (Inglaterra, 1970) – Pioneiro das “florestas comestíveis” modernas.
- Ernst Götsch (Suíça/Brasil, a partir de 1980) – Pesquisador e agricultor que difundiu a Agrofloresta Sucessional (ou Agricultura Sintrópica), fundamentada em estratificação, sucessão ecológica e abundância.
Saiba mais sobre a Agricultura Sintrópica
Inspirações
Os SAFs se inspiram diretamente nos ecossistemas naturais das florestas: diversidade de espécies, estratificação em
diferentes estratos (árvores, arbustos, herbáceas e raízes) e interações sinérgicas. O objetivo é produzir alimentos,
madeira, fibras e plantas medicinais enquanto regenera o solo, protege a biodiversidade e conserva os recursos hídricos.
Principais Benefícios
- Recuperação de solos degradados por meio da ciclagem de nutrientes e incremento de matéria orgânica.
- Aumento da biodiversidade, atraindo polinizadores e inimigos naturais de pragas.
- Conservação da água, promovendo infiltração, sombreamento e microclimas mais estáveis.
- Produção diversificada em curto, médio e longo prazo.
- Sequestro de carbono, contribuindo para mitigar as mudanças climáticas.
- Maior autonomia e resiliência econômica para agricultores familiares.
Importância da Preservação das Florestas
A adoção dos SAFs vai além da produção agrícola: reforça funções ecológicas vitais das florestas, como a conservação da
fauna e flora nativas, a regulação climática, a proteção de nascentes e a manutenção dos serviços ecossistêmicos essenciais à vida.

